Monday, April 10, 2006

Fragmentos de um estatuto editorial 2

Acredito em penas muito duras para crimes com extrema premeditação e desrespeito pela vida humana, estabelecendo como princípio que determinados criminosos devem ser subtraídos ao contacto com a sociedade através da prisão perpétua. Continuo a apoiar a luta contra o terrorismo e chamo "intervenção" (e não "invasão") à entrada das tropas aliadas no Iraque, tal como não digo que os norte-americanos, britânicos e restantes aliados invadiram a Normandia. Mantenho a firme convicção de que o Estado deve preocupar-se mais com a criação de riqueza do que com a sua distribuição.

Esclarecidos estes pontos, sou a favor da eutanasia enquanto direito inalienável de pessoas racionais face ao declínio físico e ao sofrimento insuportável, defendo a legalização da prostituição - a bem da saúde e segurança de profissonais e clientes que sejam “consenting adults” - e das drogas leves. Embora tenha laivos de homofobia capazes de levar Fernanda Câncio à combustão espontânea sou a favor dos casamentos entre homossexuais e da adopção de crianças por casais formados por pessoas do mesmo sexo.

Quanto à interrupção voluntária da gravidez, não tenho certezas e espanto-me com a facilidade com que ambos os lados encontram verdades supremas. Hesito entre a dúvida sobre o momento em que começa a existir vida humana e a constatação de que trazer crianças ao mundo em certas condições pode ser um crime dirigido às próprias.

É isto um homem de direita? Acredito que sim, ainda que nos velhos tempos do saudoso Acidental alguns comentadores vissem em alguns dos meus "posts” uma lança esquerdista cravada nas planícies da direita portuguesa.

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