Wednesday, November 15, 2006

Um flagrante da vida (sur)real

Tudo parecia tranquilo na fila para a única caixa em funcionamento no mais mini dos supermercados lisboetas. Nem sequer havia fila. Pousei as minhas parcas compras, ouvi os estridentes queixumes do leitor de códigos de barras e apresentei o cartão multibanco para saldar a dívida e ir à minha vida. Foi então que uma funcionária do referido estabelecimento apareceu e, enquanto pagava as suas próprias compras, entabulou o seguinte diálogo com a colega.
— Não queiras saber. Agora tenho de ir comprar uma prenda para a sogra do meu irmão. Ou melhor, para a minha madrasta.
— A tua madrasta?
— Sim. O meu irmão casou-se com uma filha dela, o mais novo também já anda à volta da irmã e agora ela anda a tentar vender-me o rapaz.
— É esperta. Anda a ver se poupa nas prendas.
Não sei o que mais aprecio nesta história. Se a tentativa de junção de duas famílias ou se a "moral" que a operadora de caixa encontrou naquilo que lhe havia sido narrado. Mas inclino-me mais para a última.

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