Tuesday, May 23, 2006

Mudam-se os tempos, mudam-se as esperanças

Os jornais desportivos garantem hoje que o avançado Yannick Djaló, emprestado ao Casa Pia no primeiro ano de sénior, irá integrar o plantel principal do Sporting na próxima temporada. Não consegui deixar de sorrir ao lembrar-me de um sábado ou domingo em que li no “Record” a seguinte estória: com falta de jogadores para um daqueles desafios de preparação que não interessam a ninguém, “monsieur” Bölöni recrutou uns quantos adolescentes para aguentar os 90 minutos. Um deles era um adolescente (então) guineense, a quem o mais francófono dos romenos que dizem ser húngaros lançou um desafio: se marcasse um golo comprar-lhe-ia uma grade de garrafas de Coca-Cola. Acabou por consegui-lo, recebeu a água suja do imperialismo e durante muito tempo voltou ao esquecimento de que agora está a ser resgatado.
Gosto muito quando uma das jovens esperanças sportinguistas conseguem chegar ao último degrau. Mas sou fanático ao ponto de não conseguir esquecer aqueles que ficam pelo caminho: o extremo Edgar Marcelino deverá terminar a sua ligação ao clube que o foi buscar a Coimbra, tal como sucederá a Valdir ou a Paíto, que ousou abandonar Moçambique para triunfar no futebol verde e branco. Já sem falar no avançado Lourenço, estrela das camadas jovens de Alvalade (ainda não havia Alcochete) ao lado de Carlos Martins, e que talvez nunca volte a ter uma oportunidade para mostrar o seu valor. O futebol, como tudo na vida, pode ser impiedoso.

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