Algo de novo à face do "Sol"
Aqui que ninguém nos ouve é inegável que José António Saraiva esteve muito melhor do que era esperado na entrevista ontem transmitida pela RTP. Abstraindo a dolorosa "gaffe" quando exprimiu pena por Pinto Balsemão não ter ido à festa do "Expresso"... isto é, do "Sol", o homem que acredita vir a liderar a imprensa semanal a partir de amanhã somou pontos em quase todas as suas respostas, muito embora tenha sido mais eficaz a desvalorizar o incumbente - sedimentando a ideia de que está a concorrer contra os DVD gratuitos e não contra um jornal propriamente dito e tirando da cartola a metáfora da “droga” das ofertas que culminará em ressaca - do que a promover um "challenger" cuja mistura de conteúdos promete ser desconcertante e não necessariamente no bom sentido da palavra. Ainda melhor esteve quando as perguntas de Judite de Sousa abordavam a sua personalidade. Quem não tenha lido os editoriais e as entrevistas do director do "Sol" ao longo dos últimos anos terá ficado com a impressão de que ele não será tão narcisista quanto o andaram a pintar: em vez de se considerar o melhor analista político nacional preferiu dizer que acertou muito mais vezes do que errou - embora Portugal ainda não se tenha voltado para o mar e não haja novidade quanto à mudança da capital para o Alto Alentejo -; no que toca à sua tantas vezes satirizada ambição de chegar ao Nobel da Literatura esclareceu dispor de “um em milhões de oportunidades ou nem isso” de lá chegar e foi razoavelmente contido na avaliação do trabalho daqueles que de si receberam o testemunho no "porta-aviões" da Impresa. A guerra ainda não começou mas, contra as expectativas, esta primeira batalha foi ganha.
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