Um Petain à beira-mar plantado
Tive o bom-senso de não assistir ao "Prós e Contras" mas ainda assim o noticiário da Antena 1 forçou-me a tomar conhecimento do âmago da intervenção de Mário Soares no programa em que esgrimiu argumentos com Pacheco Pereira. E pois que o ex-Presidente da República voltou a defender a tese das conversações com a Al-Qaeda, equiparando os mentores dos atentados de há cinco anos a outros dirigentes políticos em tempos considerados terroristas, como os líderes dos movimentos de libertação das ex-províncias ultramarinas portuguesas. Presumo que, estejam onde estiverem, Agostinho Neto e Samora Machel não terão ficado agradados com a comparação. Apesar dos métodos utilizados antes de e durante a Guerra Colonial serem por vezes terroristas - veja-se os arrepiantes massacres perpetrados pela UPA no Norte de Angola -, há que notar que nunca existiu o objectivo de erradicar Portugal ou de converter toda a sua população a uma qualquer crença consentânea com os valores defendidos pelos dirigentes africanos. Estes pretendiam apenas a independência dos seus países e o estabelecimento dentro das suas fronteiras de um regime baseado nas cartilhas que haviam lido.
O que poderá haver a negociar com Ossama ou Zawahari? Um pacto de não-agressão em que todo o Ocidente abstém-se de ter interesses económicos e militares para lá de uma qualquer fronteira estabelecida num tratado rubricado por uma Condoleezza Rice trajada de burka nas montanhas paquistanesas? A garantia de que o estado de Israel será transferido no prazo de seis meses para o Arizona? O fim das ajudas a todos os governos - democráticos ou não - que combatem o fundamentalismo islâmico, com maior ou menor empenho, do Magreb até ao Paquistão? O reconhecimento que, bem vistas as coisas, Maomé é mil vezes mais "cool" do que Jesus Cristo?
Digam o que disserem nas gravações divulgadas a conta-gotas pelas Al-Jazeeras do mundo, suspeito que até os dirigentes da Al-Qaeda terão mais respeito por George W. Bush do que por Mário Soares.
O que poderá haver a negociar com Ossama ou Zawahari? Um pacto de não-agressão em que todo o Ocidente abstém-se de ter interesses económicos e militares para lá de uma qualquer fronteira estabelecida num tratado rubricado por uma Condoleezza Rice trajada de burka nas montanhas paquistanesas? A garantia de que o estado de Israel será transferido no prazo de seis meses para o Arizona? O fim das ajudas a todos os governos - democráticos ou não - que combatem o fundamentalismo islâmico, com maior ou menor empenho, do Magreb até ao Paquistão? O reconhecimento que, bem vistas as coisas, Maomé é mil vezes mais "cool" do que Jesus Cristo?
Digam o que disserem nas gravações divulgadas a conta-gotas pelas Al-Jazeeras do mundo, suspeito que até os dirigentes da Al-Qaeda terão mais respeito por George W. Bush do que por Mário Soares.
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