Ataque fulminante a um dos símbolos da Avenida da República
Leio igualmente no "24 Horas" que os incansáveis inspectores da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) encerraram o restaurante Galeto, habitual pouso dos lisboetas noctívagos esfomeados que ainda não dependem das rondas da Comunidade Vida e Paz, alegando "falta de condições técnico-funcionais e falhas higieno-sanitárias na cozinha". A notícia deixou-me vagamente nostálgico. Durante a minha comissão de serviço no "Público" frequenteava esse tenebroso espaço, sempre na companhia do Pedro Camacho e de mais um ou outro indomável artífice do suplemento de Economia, nas madrugadas de quinta para sexta-feira e de sexta-feira para sábado. Mais tarde, numa altura em que o "Independente" fechava a edição às três ou quatro da manhã de quinta para sexta-feira, não raras vezes enganei a fome e fiz o balanço da semana ao lado do meu amigo Rui Flores. Rumava àquele lugar por duas únicas razões: era relativamente perto de casa e estava aberto a horas indecentes. Nunca gostei da comida e ainda menos apreciava o ambiente decadente. Mas pergunto-me o que será de todos os velhos boémios e das prostitutas cansadas se a ASAE obstar à rápida reabertura do Galeto.
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