O melhor amigo-quando-lhe-apetece do homem
A horas pornográficas da manhã de hoje, estando eu de regresso ao curso de formação com o qual o ministro Vieira da Silva fez o obséquio de me presentear - e que, em abono da verdade, é interessante ao ponto de o encarar como um enriquecimento e não como o castigo a indolentes beneficiários de subsídio de desemprego que supostamente pretende ser -, dei conta de que pertenço ao único tipo de minoria que nunca foi defendida com unhas e dentes pelo Bloco de Esquerda. O formador pediu à vintena de almas presentes na sala de aula que dividissem uma folha em quatro partes iguais e desenhassem um automóvel, um animal, um sucesso e uma projecção daqui a três anos. Poupo-vos a grandes pormenores quanto a três das minhas mais recentes criações artísticas, mas revelo que desenhei no canto superior direito o tipo de gato vampiresco que costumo fazer a pedido da minha loura sobrinha Carolina. Sucede que, dentro do tal universo de 20 pessoas, só houve outra a escolher o mais doméstico dos felinos, apontando o mesmo motivo para a sua decisão: a extrema independência no contacto com o dono. Pelo contrário, os mui nobres e leais cães mostraram gozar de uma esmagadora popularidade nem de perto nem de longe desafiada por opções como os golfinhos, os leões (a simpatia clubística terá sido determinante num dos casos, sendo o outro explicado por se tratar de um animal que “não faz puto" e tem "gajas a trabalhar para ele") e os peixes de aquário. Fosse eu mais sádico e teria formulado uma teoria científica eventualmente comprovável através de dispendiosas experiências científicas para as quais exigiria milionário financiamento ao emérito ministro Mariano Gago: as pessoas que gostam de cães têm maior tendência a perder o emprego do que os indefectíveis dos gatos.
1 Comments:
Eu sabia que ter tido um siamês durante 18 anos trazia imensas vantagens, mas nunca me ocorreu esta. Obrigado por me abrires horizontes. :)
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