A moral é sempre para os outros
Imagine-se que um candidato de direita perdia as eleições presidenciais por uma margem de 234 mil votos - é muito boletim de voto mesmo que o universo eleitoral atinja 41 milhões - e, depois de ver derrotadas as suas pretensões de diminuir esse fosso nos tribunais, alegando uma sucessão de fraudes que teriam de ser assaz generalizadas para permitir o fabrico de 234 mil e um votos falsos, mantinha a firme intenção de considerar-se o legítimo vencedor. Imagine-se ainda que esse candidato de direita congregava um milhão de apoiantes - também não é assim tão difícil num universo de mais de 20 milhões de pessoas que nele votaram - e fazia-se aclamar presidente, marcando uma surreal cerimónia de posse para dez dias antes daquela em que será empossado o "ilegítimo" opositor.
O que sucederia se um candidato de direita fizesse isto? Em primeiro lugar, seria considerado um alucinado tirano incapaz de aceitar o jogo democrático e empenhado em desestabilizar o seu país e em promover a discórdia. E quanto aos seus apoiantes? Suponho que seriam vistos como a guarda avançada do fascismo, apostada em conquistar na rua o que não haviam conseguido nas urnas.
Ainda bem que no México o vencedor "ilegítimo" é o direitista Calderón e o homem dos protestos é o esquerdista Obrador.
O que sucederia se um candidato de direita fizesse isto? Em primeiro lugar, seria considerado um alucinado tirano incapaz de aceitar o jogo democrático e empenhado em desestabilizar o seu país e em promover a discórdia. E quanto aos seus apoiantes? Suponho que seriam vistos como a guarda avançada do fascismo, apostada em conquistar na rua o que não haviam conseguido nas urnas.
Ainda bem que no México o vencedor "ilegítimo" é o direitista Calderón e o homem dos protestos é o esquerdista Obrador.
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