Quando as prioridades não têm juízo...
E não é que o inquestionavelmente bem-intencionado Rui Pereira, coordenador da Unidade de Missão para a Reforma Penal (não confundir com a União de Missão Não-Façam-Perseguições-e-Livrem-se-de-Disparar-Pois-Algum-Dia-Havemos-de-os-Apanhar), já tem uma lista de 29 crimes que "correspondem a prioridades na prevenção e repressão"? De entre o extenso rol sobressai uma assinalável adequação ao "zeitgeist" (terrorismo, tráfico de pessoas, imigração ilegal e crimes informáticos encontram-se entre os contemplados) mas também não foi esquecida a mais mediática das prevaricações: crimes sexuais contra crianças. Até aí, tudo belo. Estranha-se é que não tenha sido atribuída igual prioridade na "prevenção e repressão" aos crimes sexuais contra pessoas que já não sejam crianças. Apesar de um leitor atento dos assim chamados tablóides (a imprensa dita de referência tende a não ter espaço para estas notícias...) ser capaz de jurar que não há dia em que uma ou mais mulheres denunciem violações com maior ou menor grau de brutalidade. Parafraseando Augusto Gil, "mas as adultas, senhor Pereira, porque lhes dais tanta dor"?
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