A imbecilidade (agora em pontas)
Uma centena de energúmenos saíram à rua para manifestar o seu desagrado pelo facto de Simone Clarke, bailarina principal do English National Ballet, interpretar "Giselle" na noite de sexta-feira. Para os activistas da organização Unite Against Fascism, a bailarina cometeu um crise de lesa-majestade: admitiu que é militante do British National Party, formação de direita ultraconservadora cujo ideário inclui a recusa da imigração em massa para as ilhas britânicas. Os manifestantes nem se esqueceram de distribuir panfletos a lembrar a morte em Auschwitz de René Blum, fundador do Ballet de l’Opera de Montecarlo. Louva-se a capacidade de pesquisa histórica - muito embora não seja claro em que consiste a responsabilidade de Simone Clarke ou mesmo do British National Party nesse acto criminoso -, sendo evidente que tamanho zelo não ficará por aqui e os incansáveis membros da Unite Against Fascism protestarão com igual vigor contra os eventuais comunistas no English National Ballet quando obtiverem provas insofismáveis que também uns quantos bailarinos e coreógrafos enfrentaram ligeiras dificuldades na União Soviética e países-satélite ao longo de intermináveis décadas...
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