In Mirren we trust
Depois da tremenda desilusão chamada "Babel" tive a confirmação do que já calculava: ainda que desprovido de ambições "cinematográficas", "The Queen" foi uma lufada de ar fresco na minha tarde de sexta-feira. Há que agradecer ao realizador Stephen Frears (as duas cenas que envolvem o malfadado veado são filmadas com mestria e a omnipresente intriga palaciana faz lembrar o saudoso "Dangerous Liaisons") e ao precioso argumento de Peter Morgan - tão eficaz no registo de comédia (nomeadamente com a sucessão de idiossincrasias da família real britânica) quanto no de drama político (onde, ainda que sinuoso, Tony Blair apresenta uma decência surpreendente na sua relação com uma complicada figura materna) -, mas sobretudo à interpretação de Helen Mirren. A grande dama da representação britânica (categoria sub-65) transformou-se na Rainha Isabel e humanizou-a dentro da sua trágica incapacidade de compreender os humanos. Um grande feito num filme que, sem ser grandioso, é mil vezes melhor dos que o intentam e ficam longe de o conseguir. Parafraseando Camilo Castelo Branco: vales mais tu, minha rainha, do que quantas produções armadas ao pingarelho existem na cabeça de cineastas alterglobalizadores apoiados por estrelas de Hollywood.
1 Comments:
Afinal por que é que a tia não apareceu para tomar conta das crianças? Fiquei sem perceber... Raio de filme mais neuroticozinho. Abraço
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