Há coisas fantásticas, não há?
O meu amigo Rui Flores era o sportinguista mais angustiado do mundo no final da primeira parte do Sporting-Nacional. Acabado de chegar da Serra Leoa, onde integra a equipa residente da Sociedade das Nações (r), sentado no topo do sector B32 do Alvalade XXI, na companhia do seu irmão Paulo e do autor deste blogue, Rui começava a acreditar que carregava consigo uma maldição ainda mais letal do que Paulo Paraty e Paulo Costa combinados: depois de a sua última passagem pela Pátria lhe ter permitido testemunhar "in loco" a derrota caseira com o Paços de Ferreira (aquela do golo marcado com a mão), ele sentiu que talvez se devesse abster de regressar ao magnífico estádio que teima em não festejar qualquer título. Começava a ficar cabisbaixo, o que não deixou de estar mesmo quando nos últimos minutos da primeira parte eu apontei para a baliza virada a Sul e garanti - com aquela expressão facial de Ivan, o Terrível que o Francisco Louçã costuma fazer - que ali entraria a bola cinco vezes durante a segunda parte. Retomado o encontro, o penálti (inexistente) falhado por Liedson só serviu para confirmar a tendência de catástrofe iminente. Depois foi o que todos sabem: um reforço falhado, Carlos Bueno de sua graça, desatou a marcar, a marcar, a marcar. Nós três, e toda a rapaziada-ouçam-lá-o-que-vos-digo, não lhe poupámos aplausos - retenho sobretudo a ética demonstrada no lance do extraordinário golo de Liedson, no qual o uruguaio sedento de golos limita-se a controlar a caminhada da bola em direcção à baliza em vez de se apropriar da criação do colega de equipa - e no final saímos dali com a alma renovada e a três pontos da liderança que parecia deveras distante. Mas o mais aliviado era o Rui: não foi desta que lhe confiscámos o passaporte diplomático.
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