Wednesday, November 22, 2006

Crónica de solidariedade intergeracional sportinguista

A única recordação positiva que irei guardar de mais uma inglória passagem pelo Giuseppe Meazza foram as circunstâncias em que assisti ao desafio. Na ressaca das minhas divergências com a TV Cabo e sem companhia para demandar um bom restaurante em que o ecrã gigante esteja incluído no "couvert", tomei a decisão de rumar ao vizinho centro comercial Aqua Roma. Encomendei rolo de carne pós-aquecido e sentei-me na única mesa vaga em torno dos cristais líquidos ou gases raros em formato 16 por 9 que havia sido direccionado para a emissão da Sport TV, tendo por companhia dezena e tal de jovens e ruídosos adeptos do meu clube. A dado momento o segurança dirigiu-se aos valentes moços e moças e postulou que estavam proibidos de fazer barulho, entoar cânticos e proferir obscenidades. Justificou tais directivas com a necessidade de preservar o sossego dos demais frequentadores do "food court". Depois de ouvir tal sentença senti necessidade de fazer meus os assuntos alheios e interpelei o uniformizado cavalheiro, assegurando-lhe que quem estava àquela hora à frente da televisão seria certamente sportinguista e não se importaria com o ímpeto da rapaziada-ouçam-lá-o-que-vos-digo. Posso garantir que uns quantos moços e moças com idade para serem meus filhos (sobretudo se a minha adolescência tivesse decorrido num bairro social e numa aldeia perdida na serra) ficaram a olhar para mim com admiração. Mesmo os que uma hora mais tarde, pressentindo a inevitabilidade da derrota, enveredaram pelo consumo de substâncias ilegais enroláveis e combustíveis. Suponho que o cheiro adocicado acabará por abandonar o meu blusão se amanhã o deixar todo o santo dia a arejar...

1 Comments:

Blogger FTA said...

Estás convidado para Domingo. Sem cheiro adocicado...

11:25 AM  

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