Tuesday, September 19, 2006

Onde Leonardo Ralha relata acções subversivas

Aconteceu a meio da manhã mas continuo cheio de orgulho em mim próprio: impedi que um agente da autoridade cometesse um abuso de poder. Dito isto, não fiquem com esperanças excessivamente elevadas. O referido agente não estava a maltratar um incompreendido da sociedade apanhado a assaltar burguesas cuja provecta idade não faz esquecer que na essência tratam-se de agentes do explorador capitalismo imperialista. O meu feito conta-se em poucas linhas: estava há dez minutos a apanhar sol nas costas na esperança de conseguir entregar o impresso do Cartão Lisboa Viva quando me apercebi que um polícia tentava por todos os meios furar a longa fila de pessoas junto ao quiosque da Carris na Praça do Areeiro. Eu era o próximo a ser atendido e percebi que tinha de fazer algo para impedir que o membro da PSP, impassível nos seus óculos escuros e no mastigar de pastilha elástica, entrasse no meu lugar. Assim fiz. Quando a pessoa que estava à minha frente disse "obrigado" à senhora da Carris impeli o meu corpo para a frente e entreguei os documentos necessários para viajar em autocarros sobrelotados. O polícia ficou ligeiramente furioso com o meu atrevimento mas nada disse, preferindo arquitectar um plano de ataque para que a pessoa atrás de mim não tivesse sucesso (não teve, posso acrescentar). Eis o que sucedeu. Fico agora à espera do cartão de sócio honorário do Bloco de Esquerda.

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