Uma excepção na "vox populi"
Eles andam nos fóruns radiofónicos, nos autocarros e nos cafés. São os piedosos compatriotas que condenam às chamas do Inferno Bush, Ratzinger e quem mais defender o Ocidente mas fazem-se de esquecidos sempre que a Al-Qaeda promete que irá degolar todos os infiéis - e não só aqueles que já têm a infelicidade de passar os últimos minutos de vida a incrementar os níveis de audiência das televisões dos países muçulmanos. Tão avassaladora tendência para o permanente exercício da cobardia e apatia disfarçadas de compreensão e multiculturalismo leva-me por vezes a crer que Ossama e Zawahari têm motivos de sobra para acreditar na vitória final. E é por isso que me alegro quando, "out of the blue", uma operadora de caixa do Pingo Doce me diz que "é preciso pôr fim àqueles terroristas muçulmanos" e que "a religião deve ser uma coisa boa mas às vezes acaba por ser tão má". Deixo aqui a promessa de que se algum dia um diligente membro da SOS Racismo ou do ACIME levar a referida senhora a tribunal me disponho a fazer manifestações em prol da sua absolvição. Embora desconfie que ficarei sozinho nessa acção de protesto.
2 Comments:
A guerra santa não tem nada de santa, né, Leonardo?
Caro Joshua Tree.
Tem toda a razão. O Pentágono envia-me montes de dólares, entregues por uma águia que deixa um envelope recheado na minha varanda, pelo menos uma vez por mês. Até assinei um contrato por objectivos: cada vez que me recuse a aceitar a luminosa sabedoria dos que avisadamente se ponham de joelhos à frente dos inimigos das decadentes sociedades ocidentais tenho direito a uma acção preferencial de uma empresa (à escolha) controlada pelo Dick Cheney. Lamento que assim seja mas, como na velha história do sapo e do escorpião, faz parte da minha natureza.
Cumprimentos aos incansáveis combatentes que, de Nova Iorque a Bali, lutam ao seu lado contra o imperialismo.
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